No dia 25 de Abril de 2012, aconteceu uma das mais magníficas manifestações de poder popular que vi acontecer, ainda que à distância. No dia seguinte, a polícia voltou a entrar no edifício para agora destruir todas as suas infraestruturas de abastecimento de água e luz assim como emparedar o edifício numa clara demonstração da verdadeira face deste sistema: prefere a destruição e a alienação a qualquer forma espontânea de criatividade que coloque em causa o seu aparato produtivo. A existência de um território no qual as normas e relações sociais não sejam regidas pelo paradigma económico que vivemos abana este sistema, por isso tem sido tão importante a resistência que temos assistido desde que a Es.Col.a tomou forma. Revela-se a falta de racionalidade do capitalismo, cuja única função é a de reforçar as relações de exploração existentes mesmo que para isso seja preferível a morte e a destruição. Opta por entregar o bairro à degradação e marginalização do que assistir à sua reabilitação pelos meios que as pessoas possam vir a conquistar exercendo de modo emancipatório o direito à organização dos locais em que habitam. A compreensão de que o território sempre foi um dos principais elementos fundamentais no exercício de soberania encontra-se no cerne deste antagonismo.
http://www.publico.pt/Local/agua-e-luz-cortadas-na-escola-da-fontinha-1543659