Tiago Sousa
Museu Nacional da Música
24 de julho, 17:00
Com a violoncelista Bruna Maia Moura.
Lotação: 20 pessoas.
Entrada gratuita mediante reserva através do e-mail extensao.cultural@mnmusica.dgpc.pt ou, das 11:00 às 17:00, pelo telefone 21 771 09 90.
Dizer que a música nasce do silêncio é uma afirmação banal. A música estabelece-se nesta relação com o silêncio, sem dúvida, da mesma forma como a cor se estabelece na sua relação com a sombra ou o habitar se estabelece com o espaço. Estaremos talvez mais perto de uma afirmação relevante se dissermos que todo o ato musical parte do tédio e da contemplação, de um demorar-se, da experiência temporal que o silêncio provoca como o vazio total de significação, o Nada. O silêncio, como a contemplação, têm a relevância de chamar a atenção para a experiência do Tempo, que pode ser hipnótica e plástica. Deste modo, releva-se a serenidade e o recato em contraponto à ênfase insistente no agir. Talvez assim possamos evidenciar como entre a música e o silêncio se estabelece, sobretudo, um diálogo. Numa sociedade em que a necessidade, a produtividade e o trabalho ocupam um lugar central, a experiência do silêncio, assim como a experiência musical, são manifestações desvinculadas de qualquer preocupação ou necessidade, que nos remetem para um estado de liberdade das necessidades e limitações da vida. Para Tiago Sousa, compositor e pianista que ao cabo dos últimos dez anos tem desenvolvido uma linguagem muito pessoal, longe dos cânones e academismos, a música é precisamente este espaço de comunicação do indizível, de relação com o instante e com a repetição e a intimidade. A partir de composições suas, e composições de algumas das suas referências, caso dos compositores Federico Mompou, John Cage e Arvo Pärt, será abordado o tema proposto por este programa.
Repertório:
Composições de John Cage
4’33’’
Dream
Composições de Federico Mompou
La Barca
Pajaro Triste
Secreto
Música Callada (excerto)
Composições de Arvo Pärt
Spiegel Im Spiegel
Fur Alina
Composições de Tiago Sousa
Elogio da Sombra
Quietude
Angst
3 AM
Tiago Sousa apresenta-se como um caso raro na abordagem ao piano. Diversificado demais para os cânones da escola clássica, nele ouvimos elementos jazzísticos difusos, referências reunidas na antiga filosofia oriental e uma infinidade de mundos entrelaçados. Embora íntima, a subtileza e a magnitude da implosão emocional das suas peças não têm outro habitat para além da universalidade. O seu género musical é genuinamente livre e libertador na sua dimensão mais ampla, revelando um véu onírico que elogia o palco telúrico com orgulho. É um pianista virtuoso na capacidade de enumerar os silêncios e as suas vantagens enquanto partitura na composição e que podemos escutar em discos como Insónia (2009), Walden Pond’s Monk (2011), Samsara (2013) ou o mais recente Piano nas Barricadas (2016).
O uso de máscara é obrigatório e estarão garantidas todas as normas de distanciamento social e higienização do espaço.
As coisas fundadas no silêncio é um projeto da efabula.
Recebe financiamento da Direção-Geral das Artes / República Portuguesa – Cultura.
Os seus parceiros são a Culturgest, St. George’s Church, Instituto Superior Técnico, Museu Nacional da Música, Museu Nacional de Arte Contemporânea e Rua das Gaivotas 6.
Recebe apoio à criação da OPART – Estúdios Victor Córdon.
Tem apoio à comunicação da RTP, Antena 2, Carris, Umbigo, Coffeepaste, Buala e Baldio.